11/12/2003


Tanabata Matsuri na Liberdade, em São Paulo


O Tanabata Matsuri (Festival das Estrelas) é provavelmente a festa japonesa tradicional mais famosa no Brasil. Em São Paulo, o festival acontece todo ano no bairro da Liberdade e sempre lota (chega a ser quase impossível andar por lá...). Até o Frangolino e o Patofredo foram na edição desse ano. =)

No Tanabata Matsuri as pessoas escrevem seus desejos em tiras de papel colorido, cada cor representando alguma coisa (se não me engano: branco - paz, azul - prosperidade, amarelo - dinheiro, rosa - amor, vermelho - paixão). Amarram-se esses papéis em feixes de bambu, pois acredita-se que assim os desejos tornar-se-ão realidade. (dizem também que quanto mais alto se amarra os papéis, mais chances há de o desejo se realizar.) Há uma canção que se toca no Tanabata. A letra (com tradução) e um arquivo de som (que na verdade tá meio tosco, mas enfim...) podem ser encontrados aqui. vou ver se consigo achar a canção em mp3. Se eu conseguir, eu coloco aqui.


pedidos pendurados nos bambus

Colocarei aqui duas versões bem diferentes da lenda, uma copiada do site Tanabata Matsuri, dedicado ao festival, e a outra do Nihonsite, que é um site bem completo sobre cultura japonesa. No Nihonsite existe uma página que explica alguns elementos presentes nos contos folclóricos nipônicos, que facilita bastante a compreensão das histórias.



Tanabata
Origem: Japão
Site: Tanabata Matsuri


A lenda do Tanabata Matsuri

Segundo uma lenda oriental, há muito tempo, morava próximo da Via-Láctea uma linda princesa chamada Orihime, que se orgulhava de tecer as roupas mais lindas do reino, mas não tinha tempo para mais nada.


A princesa tecendo


Um dia, o senhor celestial, pai de Orihime, conheceu Kengyu, um pastor muito belo, bom e trabalhador. Sentindo que ele poderia ser um ótimo pretendente, apresentou-o para Orihime. Os dois se apaixonaram à primeira vista.

Não havia paixão maior no reino que a de Kengyu e Orihime. Eles passavam todos os momentos juntos, amando-se e negligenciando todos os seus deveres. Zangado como essa enorme falta de responsabilidade, o senhor celestial separou Orihime e Kengyu, forçando-os a morar em lados opostos da Via-Láctea e ordenou que eles voltassem imediatamente a seus deveres.


...permitiu que eles pudessem se encontrar...


A princesa chorava dia após dia. O senhor celestial, comovido diante dessa tristeza, permitiu que eles pudessem se encontrar, porém, somente uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar. Desde então, eles têm esperado com muita ansiedade por esse encontro, trabalhando com muito mais dedicação que antes.

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Tanabata
Origem: Japão
Site: Nihonsite


Através do céu estrelado de uma noite de verão, é possível avistar duas estrelas, em lados opostos: Altair e Vega. Dizem que estas duas estrelas foram, há muito tempo, um homem e uma mulher, que agora só se encontram um vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês, 7 de julho. A lenda a seguir é a história dos dois.

Era uma vez um homem, chamado Mikeram. Um dia, quando voltada do trabalho e andava perto de um lago, avistou uma manto preso a uma árvore. Era feito de tecidos finos, muito bonito e brilhante. "Que lindo manto! Deve valer uma fortuna", pensou o rapaz. Ele pegou o manto e guardou consigo.

"Com licença senhor", ouviu alguém dizer enquanto se preparava para ir embora. "O senhor viu o meu manto, ele estava aqui, sobre esta árvore?" Mikeram mentiu, "não, não vi nada parecido com um manto aqui". "Ai, como voltarei agora para o meu reino, acima das nuvens, sem meu manto eu não consigo.", disse a jovem mulher.

Ela se chamava Tanabata. Mikeram apaixonou-se pela linda mulher à primeira vista e tinha medo que, ao devolver o manto, ela partisse para longe. "Venha comigo, você pode ficar na minha casa enquanto não encontra seu manto sagrado".

Eles se casaram e viveram juntos por alguns anos. Mas Tanabata olhava para as estrelas todas as noites, ela tinha muita saudade de seu reino. Todos os dias Mikeram saía para trabalhar e Tanabata ficava em casa, com os passarinhos. Um belo dia, ela viu um passarinho bicando algo no telhado e logo percebeu que era o seu manto.

"Então foi Mikeram que pegou meu manto, ele sabia o tempo todo". Preparou-se para partir, vestiu seu manto e ia subindo, quando ouviu Mikeram gritando. "Você encontrou seu manto, me perdoe, não vá, eu te amo". Tanabata gritou, "Se realmente me ama, faça mil pares de chinelos e enterre-os perto de um broto de bambu. Assim nós nos encontraremos novamente, eu estarei esperando". E partiu voando.


"...vestiu seu manto e ia subindo..."


Assim, dia após dia e noite após noite, Mikeram produziu chinelos e mais chinelos. Quando finalmente conseguiu juntar mil pares, correu para um broto de bambu e os enterrou. De repente, o bambu cresceu e cresceu. Sem perder tempo, Mikeram subiu até as nuvens. Mas, quando chegou perto do topo, percebeu que não havia mais árvore para subir e ainda faltava um pouco para chegar ao topo. Na verdade, ele havia errado na conta, construíra somente 999 pares de chinelo.

"Tanabata, Tanabata, me ajude a subir, sou eu, Mikeram". Tanabata ouviu os gritos do marido e correu para ajuda-lo. Quando ele finalmente conseguir subir, os dois se abraçaram. Mas de repente, ouviram um grito, "quem é você?", perguntou o pai de Tanaba a Mikeram.

"Ele é meu marido e eu o amo", disse Tanabata. O pai não gostou nada de Mikeram, ele era de outro reino e não servia para sua linda filha. "Para ficar aqui, meu rapaz, você terá que cumprir algumas tarefas. Está vendo aquelas cestas, eu quero que você plante todas as sementes que estão nelas". "Sim, senhor, farei isso.", respondeu timidamente Mikeram.

Havia milhares de sementes e ao final de três dias, Mikeram plantara todas. "Mas, o que significa isso? Você plantou as sementes no campo errado", disse o pai, enfurecido. "Você terá que plantar todas novamente e rápido", ordenou. Pobre Mikeram, levaria anos para achar todas as sementes e plantá-las novamente.

Felizmente, Tanabata teve uma grande idéia: chamou seus pássaros de estimação e pediu para que eles achassem e replantassem todas sementes, juntos com outros pássaros amigos. Assim, o céu ficou coberto de pássaros, que cumpriram a tarefa.

O pai de Tanabata mal pode acreditar no que viu. Logo pensou em outra tarefa difícil para Mikeram: ele deveria cuidar da plantação de melancias por três dias e três noites, sem comer ou beber nada. "Tome muito cuidado, Mikeram, melancias são frutas sagradas no meu reino", advertiu Tanabata, "não coma uma sequer."

Após dois longos e cansativos dias, Mikeram estava exausto, como muita fome e sede. Ele não resistiu e abriu uma das milhares de melancia. De repente, uma enorme quantidade de água jorrou da melancia, como um rio turbulento, arrastando Mikeram para longe, muito longe do reino das estrelas e de Tanabata.

A partir deste dia, Tanabata e Mikeram se encontram somente uma vez por ano, no dia 7 de julho. Nesta data, o pai de Tanabata convoca todos os pássaros do reino para formar uma grande ponte, que leva Mikeram a Tanabata.


"...todos os pássaros do reino para formar uma grande ponte..."


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